Tragédia: "Dinorah, o craque do Glorioso"

Em 15 de agosto de 1909, "Euclides da Cunha" autor de "Os Sertões" se dirigiu para a casa 214 da Estrada Real de Santa Cruz, RJ, com o objetivo de assassinar o então tenente da Escola Militar "Dilermando Cândido de Assis", amante de sua esposa "Anna Solon da Cunha".

Na tentativa de assassinar Dilermando em "nome de sua honra", 

Euclides foi assassinado.

Casa 214 da Estrada Real de Santa Cruz

"Dinorah Cândido de Assis", jogador do Botafogo

(Na porta de casa em Piedade)

Time do Botafogo

O primeiro tiro de Euclides da Cunha acertou a virilha de Dilermando, Dinhorah tentou socorrê-lo e tomou um tiro na nuca. Dilermando mesmo ferido descarregou a arma em Euclides que antes de morrer acertou um tiro de raspão em seu inimigo.

Reconstituição da tragédia

Dilermando foi absolvido em 5 de maio de 1911, casando-se com Anna sete dias depois, em 12 de maio. Abandonou-a em 1926, com cinco filhos. Ela estava com 50 anos, ele, com 36.

Corpo de Euclides da Cunha

(Velado na Academia Brasileira de Letras)

Posteriormente ao duelo, o zagueiro Dinorah ainda enfrentou o Fluminense em 1909, e foi campeão carioca em 1910. Ele jogou sua última partida em 25 de junho de 1911 como goleiro encerrando sua carreira precocemente, devido as sequelas provocadas pela bala alojada numa vértebra cervical.

Deprimido, e vivendo como mendigo, Dinorah cometeu suicídio atirando-se no Rio Guaíba, em Porto Alegre, RS, ao 31 anos, em 1921. 

Dilermando

Anna Solon da Cunha

A tragédia também ficou marcada pela morte de Quidinho (Euclides da Cunha Filho), aspirante da Marinha, que encontrou-se com o assassino do seu pai no Cartório do 2º Ofício da 1ª Vara de Órfãos, no Rio de Janeiro. Puxou a arma e feriu Dilermando de Assis. Este o matou com três tiros, em 4 de julho de 1916.